AMEI-TE | |||||||||||||||||||
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Amei-te e por te amar Só a ti eu não via... Eras o céu e o mar, Eras a noite e o dia... Só quando te perdi É que eu te conheci. |
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Quando te tinha diante Do meu olhar submerso Não eras minha amante... Eras o Universo... Agora que te tenho, És só do teu tamanho. |
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Estas-me longe na alma, Por isso eu não te via... Presença em mim tão calma, Que eu não a sentia. Só quando meu ser te perdeu Vi que não eras eu. |
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Não sei o que eras. Creio Que o meu modo de olhar. Meu sentir meu anseio Meu jeito de pensar... Eras minha alma, fora Do lugar e da hora... |
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Hoje eu busco-te e choro Por te poder achar Não sequer te memoro Como te tive a amar... Nem foste um sonho meu... Porque te choro eu? |
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Não sei... Perdi-te, e és hoje Real no [...] real... Como a hora que foge, Foges e tudo é diferente A si próprio e é tão triste O que vejo que existe. |
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Em que és [...] fictício, Em que tempo parado Foste o [...] cilício Que quando em fé fechado Não sentia e hoje sinto Que acordo e não me minto... |
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[...] tuas mãos, contudo Sinto nas minhas mãos, Nosso olhar fixo e mudo Quantos movimentos vãos Pra além de nós viveu Nem nosso, teu ou meu... |
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Quantas vezes sentimos Alma nosso contacto Quantas vezes seguimos Pelo caminho abstrato Que vai entre alma e alma... Horas de inquieta calma! |
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E hoje pergunto em mim Quem foi que amei, beijei Com quem perdi o fim. Aos sonhos que sonhei... Procuro-te e nem vejo O meu próprio desejo... |
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Que foi real em nós? Que houve em nós de sonho? De que nós fomos de que voz O duplo eco risonho Que unidade tivemos? O que foi que perdemos? |
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Nós nos sonhamos. Eras Real e eu era real, Tuas mãos - tão sinceras... Meu gesto - tão real... Tu e eu lado a lado... Isto... e isto acabado. |
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Como ouve em nós amor E deixou de o haver? Sei que hoje é vaga dor O que era então prazer... Mas não sei que passou Por nós e acabou... |
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Amamo-nos deveras! Amamo-nos ainda? Se penso vejo que eras A mesma que és... E finda Tudo o que foi o amor; Assim quase sem dor. |
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Sem dor... Um pasmo vago De ter havido amar... Quase que me embriago De mal poder pensar... O que mudou e onde? O que é que em nós se esconde? |
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Talvez sintas como eu E não saibas sentí-lo... Ser é ser nosso véu Amar é encobrí-lo, Hoje que te deixei É que sei que te amei... |
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Somos a nossa bruma... É pra dentro que vamos... Caem-nos uma a uma As compreensões que temos E ficamos no frio Do Universo vazio... |
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Que importa ? Se o que foi Entre nós foi amor, Se por te amar, me dói Já não te amar, e a dor Tem um íntimo sentido, Nada será perdido... |
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E além de nós, no agora Que não nos tem por véus Viveremos a hora Virados para Deus E n´um [...] mudo Compreenderemos tudo. |
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