VENHO DE TEMPOS ANTIGOS
VENHO DE TAMPOS ANTIGOS

Deus, pode ser a grande noite escura
E de sobremesa
O flambante sorvete de cereja.
Deus ? Uma superfície de gelo ancorada no riso.
Venho de tempos antigos. Nomes extensos:
Vaz Cardoso, Almeida Prado
Dubayelle Hilst, eventos.
Venho de tuas raízes, sopros de ti.
E amo-te lassa agora, sangue, vinho
Taças irreais corroídas de tempo.
Amo-te como se houvesse o mais e o descaminho.
Como se pisássemos em avencas
E elas gritassem, vítimas de nós dois:
Intemporais, veementes.
Amo-te mínima como quem quer mais
Como quem tudo adivinha:
Lobo, lua, raposa e ancestrais.
Dize de mim: És minha.

Hilda Hilst

Gráficos de : http://members.fortunecity.com/angelwing 2000


VENHO DE TAMPOS ANTIGOS

 

 
 
RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS !
Não é permitida, sem prévia autorização,
a reprodução desta página.

Obrigada !
WebDesign : Angela Cecilia