DÁ A SURPRESA DE SER
 
DÁ A SURPRESA DE SER
 
Dá a surpresa de ser
É alta, de um louro escuro
Faz bem só pensar em ver
Seu corpo meio maduro.
 
Seus seios altos parecem
(se ela estivesse deitada)
Dois montinhos que amanhecem
Sem ter que haver madrugada.
 
E a mão do seu braço branco
Assenta em palmo espalhado
Sobre a saliência do flanco
Do seu relevo tapado.
 
Apetece como um barco
Tem qualquer coisa de gnomo
Meu Deus, quando é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como?

Fernando Pessoa

 

 
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