QUARTO EM DESORDEM
Na curva perigosa dos cinqüenta derrapei neste amor.
Que dor! Que pétala sensível e secreta me atormenta.
E me provoca à síntese da flor.
Que não sabe como é feita
Amor na quinta essência da palavra
E mudo de natural silêncio já não cabe
Em tanto gesto de colher e amar.
A nuvem que de ambígua se dilui
Nesse objeto mais vago do que nuvem
E mais indefeso, corpo! Corpo...corpo...corpo.
Verdade tão final, sede tão vária
Esse cavalo solto pela cama
A passear o peito de quem ama.
Carlos Drummond de Andrade
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