Abro a janela e vejo o céu lá fora...
Onde estás, amor?
Vagando me sinto ao léu agora...
Me corta em dor cada gota de saudade,
Me rasgando o peito a cada instante, sentida
Nesta paixão louca, fugaz, incontida...
Ao longe, o horizonte me mostra o mundo
Sem sonhos...sem poesias.
Vivendo e vestindo sufocantes fantasias,
Com as lágrimas que não consigo conter
Rolando por meus olhos, de tanto em pranto
Que eu queria te ver, ouvir, sentir, amar agora...
Onde estás, amor?
Por que tanto silêncio aqui e tanto as fontes,
Dilacerando as doces vinhas dos montes?
Antes...antes, tão distantes, palavras de carinho
Ouvia em sussurros no meu ninho...
Mas hoje...hoje, tão perto estamos,
Não sorvendo nem um gole do inebrinte vinho...
Vem...vema amor!
Nem que seja uma hora, um dia...
Me abraça, me aquece, me suga os seios,
Me acende o fogo, não importa o jogo...
Me toma o corpo, é todo teu,
Me rega, me leva ao mais alto apogeu...
Me faz sentir, num instante qualquer,
Não ter sido apenas tua fogosa gazela,
Mas simplesmente tua inesquecível mulher...! |