VOLTA
 
VOLTA...VOLTA
 
 

Vida vazia... noites sem fim, nostalgia, vigília!
Ah, como dói a dor de uma saudade.
A dor de amor sem ser amada,
A dor de não mais sentir o calor do teu corpo
Sob os meus lençóis, agora tão gelados!


VOLTA


Meus sentidos se perderam!
Perdi o olfato!
Não sinto mais o teu cheiro,
O cheiro que me excitava e me deixava louca!


VOLTA


Perdi o tato!
Minhas mãos não sentem mais
A pele arrepiada, e nem a carne do teu corpo!


VOLTA


Perdi a visão!
Não vejo teu olhar me procurando,
Não te vejo, nem mesmo em meus sonhos!


VOLTA


Perdi o paladar!
Não sinto mais o teu gosto gostoso
Dos teus beijos em minha boca!


VOLTA


Perdi a audição!
Não ouço mais o som da tua voz cantando,
Não ouço os teus sussurros,
Nem teus ais de prazer me amando!


VOLTA


Que saudade de enroscar meus dedos
Em teus cabelos!
Que saudade de tuas mãos, ensaboando meu corpo,
Sob a água morna do chuveiro!


VOLTA


Que saudade dos teus risos alegres às madrugadas,
Tomando meu corpo, me fazendo amada!
Ah...porquê depois de tanto tempo
Me trocaste por outra?


VOLTA


Não percebeste que fomos feitos um para o outro?
Nossos corpos sempre se encaixaram,
Nas medidas e proporções exatas!


VOLTA


Conta-me o que te faltou, o que deixei-te de dar,
Se te dei todo o meu amor!
Volta...Volta...


VOLTA


Dou-te mais um tempo...
Em vigília te aguardo.
Quem sabe de repente me surpreenda
À qualquer madrugada!


Iracema Zanetti

Imagem de : www.renderosity.com

 

 

 

 
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